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Diagnóstico do câncer de mama: quanto antes, melhor

Dr. Leandro Ramos
Dr. Leandro Ramos
Câncer de Mama
22 de dez. 2024
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Quando se trata do diagnóstico do câncer de mama, cada ação conta, e a detecção precoce é como um farol que nos guia, elevando as taxas de cura para 95%. Neste contexto, o que precisamos ter sempre em mente é que o diagnóstico precoce é aquele realizado antes mesmo da doença ser palpável em exames físicos e clínicos. E para isso, a mamografia é nossa principal aliada na detecção. Isso não elimina a importância de a mulher conhecer seu próprio corpo e reconhecer possíveis sinais de alerta. Além disso, a prevenção desempenha um papel igualmente essencial na redução do risco dessa doença. Por isso, neste artigo, quero falar sobre a importância do diagnóstico precoce, e também compartilhar práticas e escolhas de estilo de vida que podem ser suas aliadas na prevenção. 

Importância do diagnóstico precoce do Câncer de Mama

Diagnosticar nos ajuda a aumentar as taxas de cura, é também a desencadear uma série de benefícios que impactam positivamente a jornada de quem passa pelo tratamento. Entre eles, os principais envolvem os tratamentos possíveis, que dividimos em dois grupos: 
  • Tratamento local: são aqueles que agem diretamente na região afetada, como a cirurgia ou a radioterapia. 
  • Tratamento sistêmico: age em todo o corpo e pode ser realizado após a intervenção local. São tratamentos como quimioterapia, hormonioterapia, imunoterapia e alvo-direcionado (Trastuzumabe). 
No cenário atual, os casos de câncer de mama identificados precocemente, muitas vezes, demandam tratamentos menos intensivos, como cirurgias menores e regimes de quimioterapia menos agressivas. Em alguns casos, o diagnóstico precoce pode até eliminar a necessidade de tais intervenções, possibilitando o uso apenas de tratamento hormonal. Isso significa uma redução do impacto que esses tratamentos têm na qualidade de vida das pacientes.  

Estratégias para o diagnóstico precoce do Câncer de Mama

O rastreamento é uma estratégia para monitorar mulheres que se encaixam nas características do grupo de risco, ajudando a identificar alterações mesmo em mulheres sem sinais ou sintomas evidentes. A mamografia é o principal método de rastreamento recomendado pelo INCA, e a principal ferramenta para o diagnóstico do câncer de mama. O rastreamento com mamografia demonstrou reduzir a mortalidade pela doença em muitos países. Por isso, o exame de rotina é altamente recomendado para mulheres a partir dos 40 anos. 

Diagnóstico do câncer de mama: grupos e fatores de risco

O sucesso das ações de rastreamento depende de alcançar e conscientizar a população-alvo sobre a importância de manter os exames em dia.  Essa população são mulheres que fazem parte do grupo de risco ou apresentam fatores de risco. Isso porque, aproximadamente 5% dos casos estão relacionados a alto risco, geralmente devido a mutações genéticas. 

Fatores de riscos individuais 

  • Sexo feminino. 
  • 40 anos ou mais. 
  • Exposição hormonal. 
  • Reposição hormonal na pós-menopausa. 
  • Passado de câncer de mama, intestino ou ovário. 

Fatores de riscos genéticos 

Para este grupo, é essencial um acompanhamento clínico individualizado. Nestes casos, recomendamos antecipar o rastreamento através da mamografia para antes dos 40 anos, ou o acompanhamento com um mastologista. Consideramos fatores de riscos genéticos: 
  • Família com mutação genética. 
  • Familiar com câncer de mama bilateral ou com menos de 45 anos. 
  • Familiares com câncer de mama (materno ou paterno). 
  • Familiares com câncer de ovário. 
  • Familiar masculino com câncer de mama. 

Autoconhecimento: as observações entre as mamografias

O autoconhecimento é fundamental para notar alterações ou sinais suspeitos nas mamas. Por isso, a principal recomendação é realizar o toque mensalmente, sempre no mesmo período do mês. Assim, é possível conhecer melhor seu corpo e realizar uma comparação e notar diferenças entre um mês ou outro. A ideia é que as mulheres observem e toquem suas mamas e axilas regularmente, sem a necessidade de um método formal de autoexame. Qualquer alteração suspeita deve ser prontamente comunicada a um profissional de saúde. 

Sinais suspeitos incluem:

  • Nódulos mamários, em mulheres com mais de 50 anos. 
  • Nódulos persistentes, em mulheres com mais de 30 anos. 
  • Saída de secreção com sangue pelo mamilo. 
  • Alterações na pele da mama. 
  • Mudanças no mamilo. 

Como prevenir o câncer de mama

Além do diagnóstico precoce, a prevenção é fundamental na luta contra o câncer de mama, já que 17% dos casos podem ser evitados por meio de hábitos de vida saudáveis. Ou seja, com mudanças na rotina, as mulheres podem desempenhar um papel ativo na prevenção primária da doença, reduzindo os fatores de risco e mantendo a saúde das mamas. Aqui estão algumas maneiras de realizar a prevenção primária: 
  • Praticar atividade física regular: o exercício físico ajuda a manter o corpo saudável, controlar o peso e reduzir o risco de câncer de mama. Mesmo pequenas mudanças, como caminhar regularmente, podem fazer a diferença. 
  • Manter o peso ideal: o excesso de peso corporal está relacionado a um aumento no risco da condição. Manter um peso saudável por meio de uma dieta equilibrada e atividade física adequada é fundamental. 
  • Manter uma dieta balanceada: consumir uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais e limitar o consumo de alimentos processados ajuda a reduzir o risco da doença. 
  • Limitar o uso de álcool: o consumo excessivo de álcool é associado ao aumento do risco de câncer de mama. Portanto, reduzir ou limitar o consumo de bebidas alcoólicas pode ajudar na prevenção. 
  • Evitar o tabagismo: embora o tabagismo seja mais diretamente relacionado ao câncer de pulmão, é essencial evitar o tabaco também para manter a saúde das mamas. 
O diagnóstico precoce é um pilar essencial para a cura do câncer de mama. E com tratamentos cada vez mais avançados, a cura é uma realidade possível e acessível, que hoje nos permite encarar o câncer de mama com esperança e confiança. 
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